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Cientistas encontram pista que pode estar relacionada ao voo desaparecido da Malaysia Airlines

Sinal foi detectado por pesquisadores do Reino Unido, mas estudos adicionais serão necessários antes de acionar outra busca pelos destroços. O Boeing 777 decolou em 2014 com 239 pessoas a bordo e nunca mais foi localizado. O caso é um dos maiores mistérios da aviação

Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, encontraram um sinal que pode estar relacionado ao voo MH370, da Malaysia Airlines, desaparecido há 10 anos. O Boeing 777 decolou em 2014 com 239 pessoas a bordo. Com a localização da aeronave ainda desconhecida, o caso é um dos maiores mistérios da aviação.

Conforme reportagem do jornal britânico The Telegraph, os cientistas detectaram um sinal de cerca de seis segundos, no que poderia ser o mesmo momento em que o avião caiu no Oceano Índico, por falta de combustível. A equipe utilizou dados de hidrofones, ou microfones subaquáticos, capazes de captar sons e movimentos embaixo da água.

Como foi o acidente
Era 8 de março de 2014 quando a aeronave se chocou com a água. Segundo o Estadão, um avião de 200 toneladas a uma velocidade de 200 metros por segundo libera uma energia parecida com a de um pequeno terremoto, em caso de colisão. Para os pesquisadores, isso seria suficiente para ser captado por um hidrofone mesmo a milhares de quilômetros de distância.

Duas estações hidroacústicas foram utilizadas pela equipe de Cardiff: uma em Cape Leeuwin, na Austrália Ocidental, e outra em Diego Garcia, território britânico no Oceano Índico. O sinal identificado coincide justamente com o intervalo de tempo em que a aeronave poderia ter caído. Porém, apenas a estação de Cape Leeuwin captou o som. Sem a corroboração de Diego Garcia, surgem dúvidas quanto à origem do sinal.

— Dada a sensibilidade dos hidrofones, é altamente improvável que uma grande aeronave impactando a superfície do oceano não deixe uma assinatura de pressão detectável, particularmente em hidrofones próximos — disse Usama Kadri, professor de matemática aplicada, ao The Telegraph.

O estudo da Universidade de Cardiff
Os cientistas acreditam que outras pesquisas a partir do sinal detectado podem resolver o mistério e encontrar o avião, assim como o caso do ARA San Juan. O submarino argentino foi encontrado no fundo do mar um ano após afundar.

Os destroços só foram encontrados porque cientistas simularam uma explosão parecida com o que teria acontecido com o submarino, para cruzar os dados com os sinais captados pelos hidrofones no momento do acidente. O estudo localizou o que sobrou do navio na costa da Argentina.

Para Usama Kadri, seria possível usar explosões ou canhões de ar para simular o nível de energia associado à colisão do Boeing 777.

— Se os sinais dessas explosões mostrassem amplitudes de pressão semelhantes ao sinal de interesse, isso apoiaria a concentração das futuras buscas nesse sinal — avaliou o pesquisador.

Caso os cientistas prossigam nos testes, seria preciso comparar os diferentes sinais. Se os novos sinais detectados pelos hidrofones forem mais fortes que o já reportado, seria preciso realizar mais uma análise em ambas estações. Porém, se os estudos mostrarem que os sinais não estão relacionados entre si, as autoridades precisariam reavaliar o que já foi feito pelos esforços de busca até então. Por enquanto, os achados não são suficientes para lançar outra equipe de busca e resgate.