O empresário Leonardo Manzan ressalta que a mobilidade elétrica representa um dos pilares da transição energética mundial. O avanço tecnológico, aliado à crescente preocupação com sustentabilidade, tem estimulado governos e empresas a investir nesse setor, que promete reduzir emissões e modernizar o transporte. No Brasil, o interesse em veículos elétricos cresce, mas sua consolidação em larga escala ainda depende da superação de barreiras regulatórias, tributárias e estruturais.
Leonardo Manzan evidencia a necessidade da infraestrutura para a mobilidade elétrica
Leonardo Manzan elucida que o desenvolvimento da mobilidade elétrica está fortemente condicionado à existência de uma rede de recarga ampla e confiável. Hoje, o número de eletropostos no país é limitado e concentrado em regiões metropolitanas, o que restringe a confiança dos consumidores e limita a expansão da frota. Para que a mobilidade elétrica alcance o interior e longas distâncias, será indispensável investir em infraestrutura pública e em parcerias com empresas privadas de energia e transporte.
Outro ponto crítico envolve o custo de aquisição dos veículos. Os preços ainda são significativamente mais altos em comparação aos modelos a combustão, em grande parte devido à carga tributária sobre baterias e componentes importados. Nesse sentido, políticas de incentivo fiscal, linhas de crédito específicas e estímulo à produção nacional de insumos estratégicos são medidas fundamentais para democratizar o acesso aos veículos elétricos.

Desafios regulatórios e econômicos da transição para veículos elétricos
Leonardo Manzan ressalta que a falta de um marco regulatório claro também é obstáculo à expansão. Normas sobre padronização de carregadores, tarifas aplicáveis à energia utilizada nos eletropostos e integração ao sistema elétrico nacional ainda são incipientes. Essa ausência de regras uniformes gera insegurança para investidores e dificulta o planejamento de longo prazo.
Sob o aspecto econômico, a transição impõe desafios à indústria automotiva e ao mercado de trabalho. A produção de veículos elétricos demanda novas tecnologias e mão de obra qualificada, exigindo investimentos em capacitação profissional e reestruturação das cadeias produtivas. Caso essas medidas não sejam tomadas, o país corre o risco de perder competitividade e atrasar sua inserção nesse mercado emergente.
Mobilidade elétrica, sustentabilidade e inovação tecnológica
Leonardo Manzan destaca que a mobilidade elétrica deve ser vista não apenas como alternativa de transporte, mas como instrumento de sustentabilidade. A substituição gradual da frota movida a combustíveis fósseis pode reduzir de forma expressiva a emissão de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos. Cidades com frotas de ônibus e táxis elétricos, por exemplo, já registram benefícios diretos na saúde pública e na redução da poluição sonora.
Nesse processo, a inovação tecnológica é elemento decisivo. O desenvolvimento de baterias mais eficientes, carregadores ultrarrápidos e soluções de reaproveitamento de resíduos torna o setor cada vez mais competitivo. Além disso, pesquisas envolvendo hidrogênio verde e biocombustíveis avançados mostram que a mobilidade elétrica pode ser complementada por outras alternativas limpas, ampliando o leque de soluções sustentáveis.
Experiências internacionais como referência para o Brasil
Segundo Leonardo Manzan, países como Noruega, China e Alemanha oferecem exemplos relevantes. Nesses locais, políticas de incentivo fiscal, subsídios diretos e planejamento urbano adequado aceleraram a adoção dos veículos elétricos. O Brasil, embora possua potencial energético renovável abundante, ainda carece de políticas públicas robustas e de uma estratégia nacional clara para estimular esse segmento. Adaptar experiências internacionais às realidades brasileiras pode ser um caminho eficaz para acelerar o processo.
Planejamento como chave para o futuro da mobilidade elétrica
Leonardo Manzan frisa que a mobilidade elétrica não se consolidará apenas pelo interesse dos consumidores ou pelo avanço tecnológico. Sua expansão dependerá de planejamento estratégico envolvendo governo, iniciativa privada e sociedade civil. Investir em infraestrutura, oferecer incentivos adequados e garantir segurança regulatória são passos fundamentais para transformar o potencial do Brasil em resultados concretos.
Portanto, se bem conduzido, o processo de expansão da mobilidade elétrica pode colocar o país em posição de destaque na agenda global de inovação e sustentabilidade. Ao alinhar políticas públicas, tecnologia e compromissos ambientais, o Brasil terá condições de acelerar a transição para um modelo de transporte mais moderno, limpo e competitivo.
Autor: Anahid Velazquez